Nesta aula deveríamos ter lido o texto: Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem(Emília Ferreiro Pág. 09-20), mas a aula não aconteceu na faculdade, mas em casa, pois o Prof.Dr. Ivanildo Amaro de Araujo deixou a seguinte tarefa:
Oi, pessoal! Boa notícia para vocês! Brincadeira...
No próximo dia 25/06, quinta-feira, não estarei na FEBF. Portanto, não haverá aula! Assim, para não ficarmos com déficit, a tarefa é fazer a leitura do texto 5 (os dois capítulos - deixarei as páginas 14 e 15 na xerox...). Sobre este texto, é preciso fazer uma postagem que evidencie os seus pontos principais. Procurem redigir uma reflexão aprofundada explicitando a compreensão dos tópicos mais importantes. Além disso, procurem estabelecer uma relação entre teoria e prática. Gostaria que elaborassem um texto de, aproximadamente, duas páginas (fonte times new, no word).
Bom trabalho! Lembre-se de que o prazo para a próxima atualização é dia 30/06.
Abs e boa leitura!
Atenciosamente
Prof.Dr. Ivanildo Amaro de Araujo http://www.taelp.blogspot.com/
Eu fiz e postei ate o prazo aqui mesmo o que foi pedido, mas como achei que estava muito embolado e precisava de umas melhoradas, transferi para a 11º aula.
Há uns dias atrás, ele também pediu que postássemos o Exercício Reflexivo analisado, mas em forma de texto(levando em conta as correções que ele fez). Aqui está....
A atividade conversacional nada mais é do que a troca de mensagens entre duas ou mais pessoas a respeito de temas do dia-a-dia. A fala é organizada em períodos, eles podem ser simétricos (todos têm o direito de escolher o que será falado, falar e determinar o tempo, essa me parece mais informal, aquela que tenho com meus amigos, parentes etc.) e assimétricos (Uma das pessoas escolhe o que será falado, inicia a conversa e ainda pode mudar o tema, essa me parece a dos professores, palestrantes etc.).
Para que se haja participação entre todos os “falantes”, é necessário que os partipantes consigam fazer uma dedução no que se trata e no que se espera de cada um. Para que haja interpretação dos gestos e das palavras levantadas pelos participantes da conversa, permitindo assim uma criação coletiva do texto (dialogo), levantado pelos participantes. O desenvolvimento deste texto (falado) está ligado ao modo de organização e a atividade de interação entre os participantes. Alguns escritores levantam características de um dialogo ou da atividade conversacional: o modelo idealizado por Ventola (1979),por exemplo, trata da estrutura da conversação, seu modelo valoriza as seguintes variáveis:
*Tópico ou Assunto: É do que se trata o que está sendo falado. Exemplo: Futebol , Religião , etc. , através deste que se mantém um dialogo e é pelo dialogo que mantemos os relacionamentos, os laços sociais que fazemos .
*Tipo de situação: É a atenção que se dispõe em uma conversa nas atividades não só da fala, mais também dos gestos e da situação que este participante se encontra. Dependendo da situação, o rumo da conversa pode ser diferente, ex: Se você fala algo em uma situação de estresse, pode não ter a mesma interpretação se fosse numa situação festiva.
*Papéis dos participantes: Sendo seres sociais, realizamos papéis sociais, que nos fazem nos desempenhar este ou aquele papel conforme a situação. Por exemplo: Na faculdade desempenhamos papéis de alunas, no trabalho de professores, em casa de mulher/amante etc.
*Modo do discurso: É a maneira que se tem de falar, podendo ser formal ou informal, conforme peça a situação. As conversas informais são aquelas que temos em nossa casa e as formais as que temos no trabalho, com juízes ou pessoas/situações que exijam este tipo de conversa.
*Meio do discurso: É o canal de comunicação em que a mensagem é transmitida não só oralmente face a face, mais também escrita, nas mensagens em tempo real, mais em espaço virtual (onde espaço físico e comunicação não precisam se encontram)
Exemplos: via telefone, internet, MSN, avatas, etc.
Já as características do texto falado, segundo a proposta de Dittmam eram as seguintes: Interação entre pelo menos dois falantes - É necessário que haja no mínimo duas pessoas para que se inicie o dialogo, pois este requer interação social, e um esforço entre duas pessoas com pelo menos um objetivo comum.
*Ocorrência de pelo menos uma troca de falantes - A conversa é uma atividade que exige troca de palavras entre os participantes, para que este não se torne um monologo, e sim construa um dialogo, a conversa necessita de um ouvinte e um falante "o que possui a palavra no controle em dado momento" e assim o primeiro se tornará falante e o segundo ouvinte, invertendo o papel.
*Presença de uma seqüência de ações coordenadas - Todo texto, mesmo que falado, depende de uma organização mínima da estrutura, organização da fala e do pensamento na língua falada. Como por exemplo: Corte na fala, interrupções, retomadas da fala e etc. Apesar da fala ser diferente da escrita, existe uma relação sintática na fala diferente do texto escrito, que já foram citadas acima que são estas organizações possíveis à fala.
*Execução num determinado tempo - A partir da interação social e da cultura dos "sujeitos da fala", ocorrerá o dialogo a medida que se passam os fatos com estes "sujeito".
Exemplo:
S1_Minha filha virou mocinha (menstruou)...
S2_ Ih,é agora que vai começar o mal humor.
S1_É verdade,tomará que não passe do limite,é complicado, né (o descontrole hormonal) ?
S2_ É... Sorte sua que só é uma vez no mês.
Obs: Notamos que a partir de um determinado tempo "fato” (primeira menstruação), este dialogo aconteceu .
O texto também deixou claro que quanto a sua estrutura a atividade conversacional se constitui em:
* Estrutura de nível local - é a produção do "sujeito da fala" no momento que este se encontra com a palavra na interação da conversa, enquanto eles se revezam entre si, havendo corte na fala e roubo na palavra do outro falante. * observe a conversa das crianças abaixo: situação 1: C1 - eu vi um desenho legal hoje... Madagascar 2! C2-eu vi passar o comercial na televisão e outros amigos me falavam que era muito legal este desenho. C3- hoje? Eu vi também o super cão e você? C1- vi sim, mais na semana passada, hoje só vi Madagascar.
Obs: Notem que as crianças revezam na fala durante a conversa, e a corte na fala da outra criança.
*Estrutura de nível global - a estrutura local ocorre, mas o discurso muda ao longo da conversa, há um desvio no ponto ao qual está sendo discutido. observe as crianças abaixo: situação 2: C1- eu vi os mutantes ontem, foi bem legal. C2- eu também vi,estou atrasado para o treino. C1-como vai na escolinha de futebol? C2-vou bem, mas tenho que ir, tchau! C1-tá, vai lá não quero que se atrase para o treino.
Obs:note que a criança 1 inicia um assunto e a criança dois desvia o assunto que lhe fora proposto.
O texto falado,assim como no texto escrito, para se constituir enquanto texto inteligível, necessita de alguns fatores básicos: a coesão e a coerência. Os recursos coesivos mais freqüentes são a coesão referencial, recorrencial ou seqüencial.
*Coesão referencial – é caracterizado por varias repetições ao longo do dialogo “o falante” tenta buscar uma palavra que se encaixe ao seu discurso.
Exemplo: f1: eu vou para a escola amanhã, amanhã, e ainda não terminei o trabalho, ai! Este trabalho..., gastei todo meu fim de semana, fazendo este trabalho...
f2: hum,hum ,o professor está passando muito trabalho.
Obs:Note a ênfase nas palavras manhã, trabalho e hum a fim de ressaltar ainda mais estas palavras, o falante as repete diversas vezes.
* Coesão recorrencial - é caracterizada pelos vários significados dado, a determinadas falas da conversa .
Exemplo: f1: eu preciso urgentemente de uma *companhia, não agüento mais ficar só.
f 2: é verdade você precisa de uma *esposa.
Obs:Note que o primeiro a falante disse companhia que poderia se entender de varias formas como namorada, amigos ou esposa, já o amigo falante 2 especificou ,deu um significado especifico a está palavra *companhia virou *esposa.
*Coesão seqüencial – é caracterizada pela continuidade da conversa pelo outro participante desta.
Exemplo: F1- está querendo dizer...
F2- que não quero mais, estou cansado de...
F1: de mim...
F2: não, não foi isto que eu disse estou cansado de você sempre arranjar uma desculpa para....
F1: para estudar é isto que você quer disser, porque só te deixei de lado para isso.
Obs:Note que a fala dos “falantes” é cortada antes do termino da idéia, esta é concretizada pelo outro falante.
O texto também aponta quatro elementos básicos que contribuem para a estrutura do texto falado. Estes elementos são:
*Turno: É quando uma pessoa está com a palavra numa conversa, mesmo quando há silêncio e também é qualquer intervenção dos participantes na conversa, qualquer uma mesmo, desde um gesto até a tomada da palavra em si. Alguns autores sugerem todo um esquema, mas todo esse esquema conclui que o turno é um dos componentes centrais da conversação.
L1: Acho que amanhã vai fazer sol..não, não, acho que ....vai chover.
L2: Pois é, também não tenho certeza de como ficará o tempo amanhã...
L1:Nem eu! ...Vamos ver a previsão?
L2: Boa idéia!
* Tópico Discursivo: É aquilo que está sendo falado entre os falantes, que negociam o que será falado direta ou indiretamente, tem toda uma estruturação, que nem sempre é seguida por aqueles que falam,e que por isso a condução e a organização texto falado, não podem ser previstos. O tópico discursivo apresenta as seguintes propriedades: Centração (É preciso centra-se no que está sendo falado), Organicidade (Há uma seqüência e Hierarquia: Supertópico, Tópico e Subtópico) e Delimitação local (Inicio, desenvolvimento e fecho, que pode não ser evidente e podendo haver digressão também).
L1: Amor, nosso filho está machucado!
L2: O que aconteceu?
L1: Eu não sei, tem um corte na pata traseira dele.
L2:Deixa eu ver...Vou fazer um curativo
L1:Eu te ajudo!
Obs: No exemplo citado o assunto central, o supertópico, é o ferimento do filho do casal e os tópicos são: Acontecimentos que levaram ao ferimento, Cuidados para tratar o ferimento e dentro do tópico Cuidados para tratar o ferimento encontraramos, por exemplo: o subtópico Fazer um curativo. Fica subentendido também que o filho é um animal, pois possui patas.
*Marcadores conversacionais: São elementos usados para interagir e que podem ser produzidos por todas as partes na conversa. Eles deixam a conversa mais dinâmica e coesa, pois ajudam na continuidade dela. Sendo eles:
*Prosódicos - Abrange os contornos entonacionais, as pausas, o tom de voz, o ritmo, a velocidade, os alongamentos de vogais etc. Ex: Eiiiii! (....) etc.
Não lingüísticos ou Paralínguisticos - Importante, pois estabelecem, mantêm e regulam o que se dá face a face. Ex: O riso, o olhar, os gestos etc.
*Verbais - Eles tornam o texto mais coeso, pois evitam que uma conversa vire um monólogo, porque eles “puxam” outra conversa. Ex: claro, certo, uhn, sabe? Né? Etc.
L1:Essa aula é muito chata,né?
L2: (risos)... (L2 gesticula para L1 para que saiam)
L1: Gesticula para L2 com os dedos, dando a entender que sim.
L3: Eiiii! Vocês não vão a lugar algum! Podem sentar e assistam à aula: diz o professor.
L1 e L2: Gesticulam a cabeça que sim e sentam.
*Par adjacente: È o elemento básico da interação, ele ocorre para organizar a conversação. Eles podem ser de pergunta-resposta, convite-aceitação ou recusa, pedido-concordância ou recusa e saudação-saudação.
*Há também uma estrutura que é seguida, daremos um exemplo de como pode ser usada esta estrutura usando um par adjacente de pergunta-resposta:
Introdução do tópico
L1 Qual o seu nome da escola que sua filha estudar?
L2 Ela estuda na Escola Municipal Ayrton Senna
Continuidade de tópico
L1 E onde fica esta escola ?
L2 Em Nova Iguaçu, depois da Posse.
Redirecionamento do tópico
L1 Ah, eu conheço a Posse, eu já fui lá outro dia, no hospital da Posse.
L2:A escola, sabe, a escola que eu estava te falando é municipal, mas é muito boa.
L1: Vou fazer a visita, vê como funciona, vou sim.
Mudança de tópico
L1: Bom, vou indo, tenho que fazer compras para casa, a dispensa está vazia.
L2: Vou com você! A minha está vazia também...
Bom, foi isso que entendemos!!! Espero que tenham gostado!!! :)
sábado, 27 de junho de 2009
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